domingo, 28 de junho de 2009

Oscar Wilde




"Não retorcia as mãos e não chorava,

nem lamentava o seu inferno;

ia, apenas, bebendo o ar como um bálsamo,

bálsamo bom, bálsamo eterno...

Abria os lábios e bebia o Sol

como uma taça de falerno."



"(...)No entanto (ouvi!) cada um mata o que adora:

o seu amor, o seu ideal.

Alguns com uma palavra de lisonja,

outros com um frio olhar brutal.

O covarde assassina dando um beijo,

O bravo mata com um punhal.



Uns matam o Amor velhos; outros, jovens;

(quando o amor finda, ou o amor começa);

matam-no alguns com a mão do Ouro,

e alguns com a mão da Carne, - a mão possessa!

E os mais bondosos, esses apunhalam,

- que a morte, assim, vem mais depressa.



Uns vendem, outros compram; uns amam pouco,

noutros, o Amor dura de mais;

uns enterram-no aos ais, vertendo pranto,

outros sem prantos e sem ais:

todo o homem mata o Amor; porém, nem sempre,

nem sempre as sortes são iguais."

(...)


(Oscar Wilde)

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